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sábado, 19 de julho de 2014

GUERRAS? O QUE O ESPIRITISMO PENSA SOBRE ELAS . . .


O que o Espiritismo pode nos dizer a respeito das guerras? Como Doutrina filosófica, de bases científicas e consequências morais, o Espiritismo se relaciona com tudo o que diz respeito ao nosso processo existencial, pois objetiva contribuir para o progresso da humanidade, tornando-a melhor. Allan Kardec tratou do tema na parte terceira do Livro dos Espíritos, que reservou para o ensinamento dos Espíritos a respeito das Leis Morais. No capítulo referente à lei de destruição, a guerra foi arrolada pelos Espíritos como um de seus agentes. Indagados sobre a sua causa, os orientadores espirituais afirmaram que é consequência da predominância da natureza animal do homem sobre a espiritual e do transbordamento de suas paixões. Esclarecem, ainda, que Deus permite que assim aconteça para propiciar ao homem a oportunidade de uma evolução mais rápida, no sentido de atingir a liberdade e o progresso[...]
A guerra, longe de ser uma situação irreversível, é resultado de um estado passageiro da humanidade. À medida que o homem progride moralmente, ainda que de maneira lenta, pois a natureza não dá saltos, as guerras tendem a se tornar menos frequentes, porque ele passa a evitar as suas causas. Dia virá, certamente, em que ela estará totalmente banida do nosso meio, pois a humanidade se elevará e aprenderá a conviver com seus semelhantes, respeitando a lei de igualdade. (Sérgio dos Santos Rodrigues)
Qual a causa que leva o homem à guerra?
— Predominância da natureza animal sobre a espiritual e a satisfação das paixões. No estado de barbárie, os povos só conhecem o direito do mais forte, e é por isso que a guerra, para eles, é um estado normal. A medida que o homem progride, ela se torna menos frequente, porque ele evita as suas causas e, quando ela se faz necessária, ele sabe adicionar-lhe humanidade.
A guerra desaparecerá um dia da face da Terra?
— Sim, quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus. Então todos os povos serão irmãos.
Qual o objetivo da Providência ao tornar a guerra necessária?
— A liberdade e o progresso.
Se a guerra deve ter como efeito conduzir à liberdade, como se explica que ela tenha geralmente por fim e por resultado a escravização?
— Escravização momentânea para sovar os povos, a fim de fazê-los andar mais depressa.
Que pensar daquele que suscita a guerra em seu proveito?
— Esse é o verdadeiro culpado e necessitará de muitas existências (reencarnações) para expiar todos os assassinos de que foi causa, porque responderá por cada homem cuja morte tenha causado para satisfazer à sua ambição.
O homem é culpável pelos assassinos que comete na guerra?
— Não, quando é constrangido pela força; mas é responsável pelas crueldades que comete. Assim, também o seu sentimento de humanidade será levado em conta.
Numa batalha, há Espíritos que a assistem e que amparam cada uma das forças em luta?
— Sim, e que estimulam a sua coragem.
Comentário de Allan Kardec: Assim os antigos nos representavam os deuses tomando partido por este ou aquele povo. Esses deuses nada mais eram do que os Espíritos representados por figuras alegóricas.
Numa guerra, a justiça está sempre de um lado; como os Espíritos tomam partido a favor do errado?
— Sabeis perfeitamente que há Espíritos que só buscam a discórdia e a destruição. Para eles a guerra é a guerra; a justiça da causa pouco lhes importa.
Certos Espíritos podem influenciar o general na concepção dos seus planos de campanha?
— Sem nenhuma dúvida. Os Espíritos podem influenciá-lo nesse sentido, como em todas as concepções.
Os maus Espíritos poderiam suscitar-lhe planos errados, com vistas à derrota?
— Sim, mas não tem ele o seu livre-arbítrio? Se o seu raciocínio não lhe permite distinguir uma ideia certa de uma falsa, terá de sofrer as consequências e faria melhor em obedecer do que em comandar.
O general pode, algumas vezes, ser guiado por uma espécie de dupla vista, uma visão intuitiva que lhe mostre por antecipação o resultado dos seus planos?
— É frequentemente o que acontece com o homem de gênio. É o que ele chama inspiração e lhe permite agir com uma espécie de certeza. Essa inspiração lhe vem dos Espíritos que o dirigem e se servem das faculdades de que ele é dotado.
O Espírito que assiste friamente a um combate, como espectador, testemunha a separação entre a alma e o corpo? E como esse fenômeno se apresenta a ele?
— Há poucas mortes realmente instantâneas. Na maioria das vezes, o Espírito cujo corpo foi mortalmente ferido não tem consciência disso no mesmo instante. Quando começa a retomar consciência é que se pode distinguir o Espírito a mover-se ao lado do cadáver. Isso parece tão natural que a vista do corpo morto não produz, nenhum efeito desagradável. Toda a vida tendo sido transportada para o Espírito, somente ele chama a atenção e é com ele que o espectador conversa ou a quem dá ordens.

Fonte: O Livro dos Espíritos (Allan Kardec) / Parte 2 / Cap. 9 / Item X

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